23 de nov. de 2008

ENCHENTES - DE REPENTE... ELAS VOLTAM

Alô amigos . . . Só ÊLES, como sempre, não sabiam. E, ao que parece, nem mesmo chegaram a ter, em algum momento, qualquer desconfiança a respeito. Se, pelo menos isso... mas não... infelizmente não. Nem isso ! E o resultado dêsse "desligamento" tem sido, o que tem sido. Desespêro, lágrima, angustia, indignação, inconformismo. Na expressiva maioria dos casos dramáticos somados nas enchentes, está o trabalhador e toda sua familia. É na alma dêle, que a dôr machuca mais. Êle olha àquêles que lhe são caros, molhados e entristecidos, com frio, com fome e ao desabrigo. Vencido pela rudeza do impiedoso golpe queda-se, consternado, o guerreiro da esperança. E chora... Nàquêle instante, não sabe nem mesmo o que dizer, o que fazer, por onde e como recomeçar... percebe, à sua volta, familias inteiras sofrendo tanto quanto a sua. Não, não pode esmorecer. Tem que levantar. Sente no peito ferido, o reascender do ardor da luta. Recompõem-se em meio às lágrimas, domina a tristeza e opta pela determinação para vencer. Diz NÃO ao infortúnio. SIM à coragem. Com olhos enxutos e a esperança renovada, êle vai recomeçar... afinal, SEM FÉ, não dá prá viver. Cenas assim, foram produzidas pelas enchentes que o excesso de chuva acabou causando por vários e conhecidos pontos de Joinville, cidade litorânea, ao norte do Estado de Santa Catarina. Mas e ÊLES ? Os que mandam. Eles já estão com discursos prontos. Reuniões, relatórios das perdas e danos, ações imediatistas e necessárias já sendo praticadas, (tipo desobstruções de estradas, desvios emergenciais, vacinação, remédios, roupas, alimentos e até abrigo "provisório"... etc), entre uma e outra atitude "assistencial" que, quem sabe, não nos ocorreu citar. Na continuação, teremos o retôrno do sol e a volta do estilo "realizador" de governar. Imagens históricas de Joinville, provam e comprovam que essa dinâmica não é inédita, E SIM, tradicional. Vem de longe ! A trajetória de nosso municipio, tem linhas históricas sobre reveses sofridos e, também, sobre superações marcantes nascidas na bravura inquebrantável de um povo determinado a começar outra vez... outra vez... outra vez... O documento mais antigo sobre enchentes, é de 1859. Desde então, de tempo em tempo elas tem nos visitado. Foram várias. Umas maiores, outras menores. Os alagamentos do passado e do presente ressaltam UM ponto fundamental que precisa e DEVE ser considerado: Responsabilidade. Não praticada em toda sua extensão acaba, cêdo ou tarde, mostrando dramaticamente um dos mais graves pecados cometidos por sequentes gestões públicas municipais. A apuração e mapeamento preciso de todos os pontos com risco de alagamentos, para providências que possibilitem a contenção de cheias com a criação e MANUTENÇÃO de "caminhos" para vazão das águas. Imaginamos que êsse trabalho, diríamos, básico, deva estar inserido no plano de obras prioritárias da administração municipal, seja ela qual for. É o Planejamento Estratégico (urbano). Êle TEM que acontecer ! Em nossa cidade, relacionados, temos cerca de 30 pontos inseridos no grande "bacião" hidrográfico. Olhe bem a foto abaixo..... Quando acontece o transbordamento dos afluentes, o que num primeiro momento parece uma ameaça, pode acabar virando uma tragédia de proporções lamentáveis. O historiador Apolinário Ternes, quando escreveu brilhantemente o tema "Resgatar a Identidade e Reconstruir a Esperança", por ocasião dos 146 anos desta cidade, lembrou que ... "em diferentes momentos, como agora, Joinville precisou enfrentar situações críticas. E as superou, inegavelmente. O desafio de agora é o de reinventar a loucura capaz de nos reunir no coletivo, reconquistando memória e identidade" ... Pouco mais à frente, segue o historiador... "O desafio de Joinville, não é só o de recuperar o (Rio) Cachoeira, que deve transformar-se num símbolo e num aviso, mas também o de recuperar a identidade de si mesma" ... Adiante êle diz... "que Joinville deve investir num projeto de esperança.. Precisamos partilhar e compartilhar. Participar e cobrar, vigiar e semear". Sim... é isso que precisamos ! Será que êsse projeto de aparência "visionária" do historiador estaria, só agora, encontrando seu melhor momento de realização ? Surge, enfim, aquela "luzinha" no fim do túnel ? Quando, como agora, revivemos a dramaticidade dos alagamentos, A PARTIR do centro da cidade, (é sempre dalí), vemos, cada vez mais decepcionados que, embora tanto estrago e tanta tristeza, as providencias que ÊLES adotam são sempre as mesmas. Porisso as enchentes sempre se dão muito bem e nós nos damos muito mal. Como POUCO, quase NADA, se fez e se faz para evitá-las ou para impedir que as águas subam e se alastrem, ISSO DESDE 1865 (quando teria ocorrido a primeira grande enchente em l7 de dezembro, a começar pelo anel central) . . . o que acontece ? DE REPENTE, ELAS VOLTAM. Com os pontos críticos e preocupantes, MAPEADOS, com os trabalhos preventivos técnicamente perfeitos e com o planejamento das obras restauradoras centrado em fases distintas, se ÊLES (os que mandam), quisessem (ou quiserem), de fato, resolver o problema ou, no mínimo, diminuí-lo, penso que poderiam. E você ? Pensa sim, ... não ... ou prefere esperar prá ver ? Faça seu comentário !!! ...

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