22 de nov. de 2009

L E L A N D . . .

Olá amigos ... Tenho a data exata em que ouvimos pela primeira vez em nossas vidas êsse nome: LELAND. Não era muito comum por aqui e ainda não o é. Os "Leland", em nosso país, não são numerosos. Na data que fico devendo, por enquanto, precisávamos, como em outras vezes, sair juntos para um trabalho externo. Éramos dois. EU E JORGE. E assim, saímos para cumprimento da pauta programada. Trabalhávamos em rádio. Na mesma rádio. Para nós, àquela noite, a responsabilidade profissional não seria extensa nem cansativa. Faríamos uma transmissão "mamão com açucar". Teríamos não mais que três "entradas" ou intervenções no ar. Se estou certo, não faríamos "flashs". Nossa participação seria tão somente antes e depois da transmissão. "Tipo assim"... como diria o Leland, em nossos dias: Abriríamos a transmissão e liberaríamos em seguida o som para o evento programado. Só voltaríamos a intervir depois do evento quando sentiríamos as impressões de integrantes da instituição promotora e também de algumas dentre as muitas pessoas que lotavam o ambiente. Isto feito, ... missão cumprida. Trabalho bom e fácil de executar. A emissora, nos estúdios, reassumiria a responsabilidade, seguindo de lá com a programação normal. Não são em todas as transmissões externas, rádio ou tv que, atendidas as responsabilidades técnicas, os profissionais dos microfones assumem e tocam o trabalho de forma integral ou quase isso. No caso em referência, faríamos tão somente "capa e contra-capa", isto é, abertura e encerramento. A melhor parte do bôlo deve ser sempre o recheio. Essa parte, nàquela noite, não era nossa. Era e foi do conferencista-espiritualista Divaldo Pereira Franco. Era seu o trabalho que fomos transmitir. Êsse homem foi fantástico ! Sobrou em tudo que disse. Foi convincente ! Da crença brotou uma inesgotável fonte de fé. Da descrença, uma realidade insofismável. O extraordinário orador, com impecável zêlo na colocação perfeita de cada palavra, de cada frase, fazia transparecer no semblante de todos que o ouviam, uma emoção indescritivel. Nàquela noite êle tinha decidido falar sobre DEUS. A certa altura de sua conferência interessante, bonita, bem conduzida, disse o notável tribuno: "Darei aos senhores e senhoras, sete razões pelas quais, EU CREIO EM DEUS ! E deu ! Todos as razões, irrefutáveis. As pessoas entreolhavam-se sem ter como desacreditar das vigorosas evidências trazidas à luz do entendimento geral. Uma e outra, até com alguma simplicidade no jeito de ser, mas com muito de divino em sua essência, execução e resultado. Eram provas científicas da existência de Deus. A compreensão consequente, revelava uma ação superior precisa e admirável sôbre o cosmos. Para "clarear" sua exposição de motivos, acrescentou êle uma ilustração narrando a comovente experiência vivida por madame Jane Stanford, idealizadora com seu marido da "Leland Stanford Junior University", conhecida como Universidade de Stanford, uma das cinco maiores e mais importantes dos Estados Unidos, fundada como um memorial para o filho que, com apenas 15 anos, enfêrmo, faleceu em 1884 em Florença - Itália, quando participava de uma viagem à europa. A história, que é real, que é exemplar, linda, triste e amorável, tem como protagonistas uma mãe extremada, um filho amadíssimo e querendo amar, um punhado de crianças órfãs precisando de amor, ... e dois olhos verdes como dois diamantes. Eram os olhos de LELAND, único filho de madame Stanford e de seu marido. Sôbre êsses olhos lindos, ela diria mais tarde cortada pela dor da saudade: ... "Aqui repousam os dois olhos verdes de meu filho LELAND"... Ainda sob o impacto da perda, o casal teria declarado: "Os filhos da California, serão nossos filhos". Hoje, pesquisando na internet, buscando Divaldo Pereira Franco, no Google, estou quase certo que você encontrará êsse trabalho do conferencista. Bem, prá concluir, voltemos ao relato final da transmissão. Ouvimos tudo e gravamos tudo. Não esquecemos nada ! Tanto é verdade que após quase trinta anos, aqui estou lembrando êsse fato. Porque gostei, fiz uma cópia e guardo até hoje. Meu amigo, radialista como eu e que comigo trabalhou nàquela noite inesquecível, ficou tão maravilhado com tudo que viu e ouviu que não cansava de rememorar cada tópico da preleção apresentada. Quanto às experiências vividas por madame Stanford ao lado do filho que tanto amava, JORGE OSCAR NUNES, o amigo de quem falo, ficou tão emocionado e sensibilizado pela ternura daquela jovem e preciosa vida, que chegou a assegurar-me o seguinte: "Uma vez casado, e permitindo-me Deus que eu tenha um filho, à êle darei o nome de... LELAND". Mesmo distante, estou sabendo: Êle cumpriu o que disse. O Leland, do Jorge, imagino que tenha hoje uns 27 anos ... por aí. Seu pai, quando juntos dividíamos os estúdios da RADIO DIFUSORA DE GUARAPUAVA/PR, onde trabalhamos por vários anos, sempre soube ser bom amigo e companheiro. Se o filho saiu ao pai, tem dois motivos para orgulhar-se: Nome e sobrenome. "Leland pela mescla de nobresa e simplicidade e Nunes, pela perseverança de seus pais para edificação da familia". Ainda não conheço o Leland, mas quem sabe um dia... possa dar três abraços ... pai, mãe e filho... LELAND ...