7 de jan. de 2010

U T I . . . O QUE É PRÁ VOCÊ ?

Olá amigos ... Bem, prá você não sei. Prá mim, até a alguns anos passados, aqui do lado de fora onde estou, UTI era nada ! Desde não sei quando, ouvi sobre UTI - Unidade de Terapia Intensiva. Portanto tenho conhecimento da existencia dela faz um bocado de tempo. Mas isso, em momento algum, chamou minha atenção a ponto de provocar o interêsse de vir a conhecê-la melhor. Até janeiro de 1997, com certeza não. O que mais me impressiona é hoje admitir, indignado comigo mesmo porque, um cara como eu, enfronhado faz tempo na lida jornalística, nunca ter tido o mínimo interêsse para saber o que verdadeiramente é e a que verdadeiramente se presta um organismo como êsse. Em momento algum acendeu àquela "lampadazinha" chamada "boa idéia", para me motivar a passar alguns momentos ou horas em qualquer das UTIs dos hospitais da cidade vendo e bem de perto o que lá acontece todos os dias. Eu não sabia, mas isso não iria demorar prá acontecer. Era um domingo. Havia voltado da praia em companhia de meu genro juliano. Fiquei em casa e êle foi prá casa dêle. O entardecer chegava sem pressa. Estava tudo bem. Um banho rápido, um suco geladinho, um sofá, TV, um contrôle remoto e um jogaço de bola com o fenômeno fazendo "coisarada" com a camisa do Barcelona. Percebi que algo me inquietava. Não atinava o que, mas tinha a ver com o peito, com as costas quase a altura dos ombros, com a garganta e até com a saliva. Fui ao banheiro e vi que embora minúsculo, havia um sinal de sangue em minha boca. Nada que um pouquinho de água não pudesse resolver. Pronto ! Voltei ao sofá. E o Ronaldão "comendo a bola". Mal havia me acomodado e, de novo, aquela coisa ruim me obrigava a voltar para a pia do banheiro. E não foi mais que de repente a sensação de mêdo que me sacudiu e me fez tremer nas bases. Me considero um cara de bom auto-contrôle. Embora temeroso, vendo sangue suficiente para ficar assustado, consegui manter o equilibrio e raciocinar com acerto. Dobrei uma toalha de rosto e a coloquei sobre a boca, apenas como atitude preventiva. Só a retirava quando minha boca já sem espaço para mais sangue, me obrigava a isso. Fui ao telefone e disse ao meu genro que precisava da ajuda dêle para ir até o hospital. Êle ficou preocupado mas o acalmei dizendo que era uma instabilidade passageira determinada pelo descontrôle de minha pressão arterial. Senti, claramente que êle ao dizer "tá legal", queria mesmo era dizer: duvido que seja isso ! E não era ! Mal saimos de casa rumo ao Hospital São José, senti que precisava recorrer de novo a ajuda da toalha dobrada, colocando-a de pronto sobre a boca, para não espalhar sangue no carro. A toalha, nessa hora, foi útil por demais. Mesmo ao volante, não teve como êle não ver o que estava acontecendo. Mais assustado que eu, acelerou e chegamos, finalmente, ao hospital. Fui prontamente atendido e isso não esqueço e jamais deixarei de agradecer. Duas médicas num primeiro momento, fizeram uma avaliação. Perceberam o que não percebíamos. Que meu caso, não sendo contido pela primeira medicação ministrada, passaria a exigir um cuidado médico maior e até a permanencia no hospital. Nêsse contato inicial e após medicado, fiquei no pronto-socorro em observação. Melhorei. Fui liberado e pude voltar para casa com a orientação de que, ao menor sinal, retornasse sem demora. E tive que retornar. As médicas pressentiram que isso aconteceria. Náquele domingo o médico de plantão era o Dr. Marcos Antonio Navarro. Elas já haviam comentado com êle meu problema. Amavelmente me atendeu e numa pequena sala explicou o que me acontecera. Não era coisa simples e dificilmente, sem internação, a medicação resolveria. Contudo, faria nova tentativa, recomendando a volta imediata ao hospital caso percebesse essa necessidade. E que nêsse caso chamasse por êle, visto já conhecer minha situação. Isso também aconteceu.

U T I . . . O que é prá você ? (parte final) -
Foi quando, depois de Deus e minha família, êsse médico cirurgião de altíssima competência, Dr. Marcos Antonio Navarro, assumiu a minha vida. Êle é sabio, manso e humilde de coração. Lembra alguém, não lembra ? Até pelo seu respeito e amor ao próximo. Grande médico ! O dia era cinco de janeiro. Fui internado. No curso dos cinco dias seguintes, foi difícil a minha luta por causa das seguidas crises que me debilitavam cada vez mais. Dr. Marcos não lutava menos que eu. Era sempre mais. Exames de todo tipo, aplicação precisa de medicamentos, visitas seguidas, ... correria. Até que,... não sobrou mais nada a não ser uma cirurgia. E assim, foi marcada para dia 10 de janeiro de 1997, 8 horas da manhã. A essa altura meu caso já estava identificado: Infarto Pulmonar Hemorrágico. Mas na noite do dia 9, entre 19 e 21 horas, nova crise quase me venceu. Isso levou o Dr. Marcos Antonio Navarro a confirmar o que já houvera dito: Se eventualmente viesse a ocorrer outra crise durante a madrugada em qualquer hora antes das 8 da manhã do dia 10, a cirurgia não poderia esperar mais. Teria que ser feita. Felizmente amanheci sem crise alguma e só fui para o centro cirúgico para ser operado na hora marcada. Saí de lá para a UTI, por volta de 17 horas. Sem saber nem ver, fui apresentado para quem nunca pensei conhecer. E ela, a UTI, a julgar pelo que fui sentindo nos dias que se sucederam, me recebeu muito bem e me tratou melhor ainda. Foi uma acolhida mais que familiar. Nada fiz para merecer tamanha honraria. E sabe o que mais ? A medida que me recuperava fui testemunhando que tudo o que recebia, recebiam também todos os demais companheiros de UTI. Passavam os dias daquele janeiro ... calor intenso. Lembro de um domingo. Nàquele dia vi a luta de um médico, um enfermeiro e duas enfermeiras, para trazer à vida um homem que já estava partindo. Não foi coisa pequena. Uma grande batalha. Mas êle voltou. E o médico e seus companheiros se alegraram tanto quanto àquêle Pai que esperava seu filho voltar à casa paterna. Fiquei fortemente emocionado com o que acabara de testemunhar. Aprendi a respeitar e admirar médicos, enfermeiros e enfermeiras que se revesavam a cada 24 horas, sempre atentos, sempre observadores, sempre atendendo cada paciente com carinho e especial dedicação. E me perguntava: quem era eu para ser tratado como se fôsse uma criança ? Quem eram àquelas mulheres e homens que me banhavam como a um menino quando na realidade lidavam com um homem ? E porque tanta amabilidade no assistir e amparar alguem que em nenhum momento, lá rua, importante e insensível, sequer os cumprimentou ? Como pode ser possível não ter visto em instante algum nenhum dêles nos caminhos de minha vida ? É que, êles. quem sabe, um dia já estiveram ao meu lado na fila do banco, no ponto do ônibus, na igreja, el algum lugar por aí, mas eu não vi nenhum dêles. Fiquei indiferente, não lhes dei atenção. Recordo e penso ser difícil esquecer que, por causa da dor ou da posição cansativa no leito e do calor que não era fraco, eu movia a cabeça insistentemente para um lado e outro evitando gemer. O médico de plantão na UTI (sei ser injusto não dizer seu nome, mas infelizmente não lembro), percebeu à distancia, levantou de onde estava, chegou ao meu lado e disse. "Seu Luiz, alguma coisa está acontecendo, não é verdade" ? Acenei positivamente com a cabeça, concordando. "O senhor está sentindo dôr" ? Concordei de nôvo. E êle arrematou: "Seu Luiz não quero que o senhor faça mais isso. Se o senhor e qualquer outro paciente aqui dentro sentir dor, podem e devem gemer até para que, ouvindo, possamos medicá-los". Na UTI, é assim: é real a grande preocupação em fornecer confôrto e ausência de dor a todos os pacientes internados. Por pouco mais de duas semanas pude conhecer e bem a UTI, seus profissionais e seus serviços. Os casos podem ser diferenciados, mas a atenção e os cuidados são sempre bons, sempre iguais. Comovem e emocionam. O quadro clínico gravíssimo, é muitas vezes fator determinante que impede a sequência da vida. Mas isso, importa dizer, jamais acontece por desatenção ou indiferença. Porque É NA UTI que há, todo dia, tenazes lutas em defesa da VIDA. Prá mim, UTI,... É O MELHOR LUGAR DO HOSPITAL ! E PRÁ VOCÊ ? E finalizando: À DEUS E AO DR. MARCOS ANTONIO NAVARRO, ... MINHA GRATIDÃO, ... DIA A DIA ...

28 de dez. de 2009

TERNO DE REIS ...

Olá amigos ... Se estou certo, ao "conjunto" calça e paletó de cores absolutamente iguais, seguimos chamando de "terno", como se fôsse composto de três peças, quando na verdade é "duque", só duas peças. Faz bom tempo que não se confeccionam e nem mesmo se encontram com facilidade para comprar, as peças... calça, colete e paletó de mesmo tom, formando, aí sim, um terno completo. Mas lembro um terno que continua como iniciou. O "Terno de Reis". Êsse segue com sua formação original: três peças, três pessoas: MELQUIOR (e não Belchior) - 70 anos - era de Ur - terra dos Caldeus. BALTAZAR - 40 anos - era do golfo pérsico. GASPAR - 20 anos - da região montanhosa próxima ao Mar Cáspio. Reunidos, celebrisaram-se como os Três Reis Magos. Só São Mateus em seu evangelho, capítulo dois, versículos um ao doze, faz referência aos magos. Em seu tempo, buscavam indicações notadamente no estudo das estrelas, de um sinal latente que confirmasse com irrefutável segurança o anunciado nascimento do Messias, o Libertador. Êles queriam ir ao seu encontro. Dar-lhe boas vindas. adorá-lo e honra-lo até por ser Êle, segundo as profecias, a única Esperança do povo. Ocorre que um não sabia do outro. Mas cada um dêles, nos locais onde estavam, tiveram, ao contemplar a mesma estrêla, a certeza de que o momento tão esperado finalmente chegara. Guiados pela estrêla, partiram de suas terras. Mais tarde e como se tivessem programado antecipadamente, acabaram se encontrando e se conhecendo já nas proximidades de Jerusalem. Na Biblia, no Livro do Profeta Isaias, entre outras predições sôbre o Messias, lemos no capítulo nove, versículo seis, ..."porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; e o principado está sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso, Conselheiro, Deus forte, Pai da Eternidade, Principe da paz". Viajando juntos, chegaram em Belém e ao lugar do nascimento do menino anunciado e que recebeu o nome de Jesus. Melquior curvando-se ante a manjedoura onde estava o menino Rei dos Reis, presenteou-lhe com ouro - significando Sua realeza. Baltazar, incenso - significando a divindade e Gaspar, mirra - significando a humanidade de Jesus. Bem, o exposto até aqui, serve tão somente para que eu possa falar um pouquinho com você sobre o Terno de Reis, que a cada fim e principio de ano é formado para anunciar, cantando, o nascimento de Jesus e a chegada da PAZ na terra aos homens de boa vontade. O Terno de Reis, uma alusão aos Reis Magos, é uma tradição popular firmada entre nós por muitas gerações desde que aqui chegou trazida pelos açorianos. Em alguns lugares ou algumas regiões de nosso país, êsse movimento de cantoria festiva, bem popular, é também conhecido como folia de reis ou "reizada". O período vai de 23 de novembro a 6 de janeiro. Grupos integrados por homens e mulheres de diferentes comunidades ensaiam com dedicação para visitações e apresentações nos domicilios familiares e também em locais de encontros populares como igrejas e praças. E foi por causa disso que me surpreendi fortemente emocionado em uma praça central de Joinville quando, em uma dessas noites iluminadas de dezembro ao voltar de mais uma das caminhadas que costumo fazer ouvi, ainda ao longe, o som agradável de uma cantoria que imediatamente me trouxe à lembrança meus avós, meus pais e minha infancia. Acelerei meus passos e rumei na direção do som que ouvia e que pouco a pouco ia ficando mais claro e mais bonito. Movido pela emoção que emergia forte, cheguei ao local onde um bom público já prestigiava a apresentação de vários grupos de Terno de Reis de diferentes comunidades joinvilenses. Não sei quanto tempo fiquei ali. Mas não foi pouco. Não "arredei" nenhum passo desde que parei na frente dàquele palco. Foi uma coisa bonita. Toca no coração, no sentimento, na alma de tantos quantos possuem história de sensibilidade, trabalho, luta e fé para vencer. Existe por aqui, desde a iniciativa do vereador Marquinhos Fernandes, que cedeu seu posto na câmara para ser hoje secretário de educação municipal, um movimento de incentivo e revitalização dos grupos de Terno de Reis. E disso eu já sabia. O que eu não sabia é que essa iniciativa traria, como está trazendo, tanta alegria, confraternização e bem estar prá toda nossa gente. Penso ser relevante o govêrno do município, seguir estimulando e ajudando os grupos de Terno de Reis para que envolvidos com o povo, possam continuar valorizando e cantando a espiritualidade e a alegria de cada natal para grandes e pequenos. Meu amigo, minha amiga, verdade seja dita: o sentimento puro, a fraternidade e a harmonia entre as pessoas, ganham vigor e sentido especial, quando percebemos que brilha em nossa vida A LUZ MAIOR de todos os natais. É para Ela e com Ela (como os três reis), que devemos caminhar ... "Eu Sou a Luz do Mundo" ... (Jo.8:12...) - Natal é nascer, ... de nôvo ... e viver ...

22 de nov. de 2009

L E L A N D . . .

Olá amigos ... Tenho a data exata em que ouvimos pela primeira vez em nossas vidas êsse nome: LELAND. Não era muito comum por aqui e ainda não o é. Os "Leland", em nosso país, não são numerosos. Na data que fico devendo, por enquanto, precisávamos, como em outras vezes, sair juntos para um trabalho externo. Éramos dois. EU E JORGE. E assim, saímos para cumprimento da pauta programada. Trabalhávamos em rádio. Na mesma rádio. Para nós, àquela noite, a responsabilidade profissional não seria extensa nem cansativa. Faríamos uma transmissão "mamão com açucar". Teríamos não mais que três "entradas" ou intervenções no ar. Se estou certo, não faríamos "flashs". Nossa participação seria tão somente antes e depois da transmissão. "Tipo assim"... como diria o Leland, em nossos dias: Abriríamos a transmissão e liberaríamos em seguida o som para o evento programado. Só voltaríamos a intervir depois do evento quando sentiríamos as impressões de integrantes da instituição promotora e também de algumas dentre as muitas pessoas que lotavam o ambiente. Isto feito, ... missão cumprida. Trabalho bom e fácil de executar. A emissora, nos estúdios, reassumiria a responsabilidade, seguindo de lá com a programação normal. Não são em todas as transmissões externas, rádio ou tv que, atendidas as responsabilidades técnicas, os profissionais dos microfones assumem e tocam o trabalho de forma integral ou quase isso. No caso em referência, faríamos tão somente "capa e contra-capa", isto é, abertura e encerramento. A melhor parte do bôlo deve ser sempre o recheio. Essa parte, nàquela noite, não era nossa. Era e foi do conferencista-espiritualista Divaldo Pereira Franco. Era seu o trabalho que fomos transmitir. Êsse homem foi fantástico ! Sobrou em tudo que disse. Foi convincente ! Da crença brotou uma inesgotável fonte de fé. Da descrença, uma realidade insofismável. O extraordinário orador, com impecável zêlo na colocação perfeita de cada palavra, de cada frase, fazia transparecer no semblante de todos que o ouviam, uma emoção indescritivel. Nàquela noite êle tinha decidido falar sobre DEUS. A certa altura de sua conferência interessante, bonita, bem conduzida, disse o notável tribuno: "Darei aos senhores e senhoras, sete razões pelas quais, EU CREIO EM DEUS ! E deu ! Todos as razões, irrefutáveis. As pessoas entreolhavam-se sem ter como desacreditar das vigorosas evidências trazidas à luz do entendimento geral. Uma e outra, até com alguma simplicidade no jeito de ser, mas com muito de divino em sua essência, execução e resultado. Eram provas científicas da existência de Deus. A compreensão consequente, revelava uma ação superior precisa e admirável sôbre o cosmos. Para "clarear" sua exposição de motivos, acrescentou êle uma ilustração narrando a comovente experiência vivida por madame Jane Stanford, idealizadora com seu marido da "Leland Stanford Junior University", conhecida como Universidade de Stanford, uma das cinco maiores e mais importantes dos Estados Unidos, fundada como um memorial para o filho que, com apenas 15 anos, enfêrmo, faleceu em 1884 em Florença - Itália, quando participava de uma viagem à europa. A história, que é real, que é exemplar, linda, triste e amorável, tem como protagonistas uma mãe extremada, um filho amadíssimo e querendo amar, um punhado de crianças órfãs precisando de amor, ... e dois olhos verdes como dois diamantes. Eram os olhos de LELAND, único filho de madame Stanford e de seu marido. Sôbre êsses olhos lindos, ela diria mais tarde cortada pela dor da saudade: ... "Aqui repousam os dois olhos verdes de meu filho LELAND"... Ainda sob o impacto da perda, o casal teria declarado: "Os filhos da California, serão nossos filhos". Hoje, pesquisando na internet, buscando Divaldo Pereira Franco, no Google, estou quase certo que você encontrará êsse trabalho do conferencista. Bem, prá concluir, voltemos ao relato final da transmissão. Ouvimos tudo e gravamos tudo. Não esquecemos nada ! Tanto é verdade que após quase trinta anos, aqui estou lembrando êsse fato. Porque gostei, fiz uma cópia e guardo até hoje. Meu amigo, radialista como eu e que comigo trabalhou nàquela noite inesquecível, ficou tão maravilhado com tudo que viu e ouviu que não cansava de rememorar cada tópico da preleção apresentada. Quanto às experiências vividas por madame Stanford ao lado do filho que tanto amava, JORGE OSCAR NUNES, o amigo de quem falo, ficou tão emocionado e sensibilizado pela ternura daquela jovem e preciosa vida, que chegou a assegurar-me o seguinte: "Uma vez casado, e permitindo-me Deus que eu tenha um filho, à êle darei o nome de... LELAND". Mesmo distante, estou sabendo: Êle cumpriu o que disse. O Leland, do Jorge, imagino que tenha hoje uns 27 anos ... por aí. Seu pai, quando juntos dividíamos os estúdios da RADIO DIFUSORA DE GUARAPUAVA/PR, onde trabalhamos por vários anos, sempre soube ser bom amigo e companheiro. Se o filho saiu ao pai, tem dois motivos para orgulhar-se: Nome e sobrenome. "Leland pela mescla de nobresa e simplicidade e Nunes, pela perseverança de seus pais para edificação da familia". Ainda não conheço o Leland, mas quem sabe um dia... possa dar três abraços ... pai, mãe e filho... LELAND ...

7 de set. de 2009

PARATI, ARAQUARI ... O REPICAR DOS SINOS

Olá amigos ... Mensageiros ! Eis o que eram ! Sinos ouvidos, queridos, ainda lembrados. Parece que falavam com o povo. Sons festivos e esperados. Êles eram sempre assim ! o repicar dos sinos da Igreja do Senhor Bom Jesus de Araquari, cobria a cidade. Pode até ser que existam, mas até aqui nunca soube de sinos que do alto de seu campanário conseguissem passar à todo um povo e todos os dias, mensagens de tanta força, alento, paz e esperança. O que aconteceu com seus sinos Araquari ? Conversavam com os seus e com os que não eram seus. As crianças alegravam-se. Seus pais, enternecidos, emocionavam-se. Os pais de seus pais, saudosos, comoviam-se. No meio dàquela gente simples, da pesca, das madeireiras, da prefeitura, do DER e da estrada de ferro, estavam os que faziam repicar àqueles sinos. Não saberia dizer agora, como àqueles homens faziam para se organizar em rodízio, de maneira que todos que dominavam a dinâmica do "toque repicado" pudessem ter o seu dia da semana para fazer ecoar por toda cidade os festivos sons dos mais conhecidos sinos de toda região. Nunca, em momento algum, soube de alguém que estivesse declarando-se perturbado ou de alguma forma prejudicado pelos toques dos sinos de Araquari. Meus pais nasceram, cresceram e casaram ali. Seus primeiros filhos nasceram ali. Mais tarde, mudaram-se para Joinville onde viveram a vida. Eu e os demais irmãos que vieram depois, nascemos todos em Joinville. Ainda assim, quando menino, por uns dois anos vivi em Araquari com meus avós paternos. E gostei ! Estudei lá. Grupo Escolar Almirante Boiteux (Boatê). Dona Linda Sprotte foi minha professora. A escola era e ainda é, bem junto da igreja. Tenho os sinos e os seus sons muito claros em minha lembrança. Já andei um bom bocado em minha vida e jamais, em lugar algum, tive o prazer e alegria de ouvir sinos com o jeito e os sons dos sinos de Araquari. Era costume de nossa família participar todos os anos, da tradicional festa do Senhor Bom Jesus. Num daquêles anos que lá estávamos, meu pai sabendo de meu encanto pelo som dos sinos, levou-me para que eu o visse tocando-os em companhia de um amigo. Subimos o campanário da igreja e a boa distancia dos sinos mas com visão de tudo, meu pai recomendou-me que ali eu ficasse. Fiquei ! Mas estava ansioso ! Levantei o olhar e contemplei três sinos. Vi quando êle, mais o amigo, ajeitavam-se buscando o melhor posicionamento para acioná-los. Ali, nàquele tempo era assim: Um dos tocadores subia em uma pequena escada, talvez um dois metros... e ficava de costas prá ela e nela se firmava. Entre dois sinos pouca coisa acima da cabeça e com os braços levantados, segurava um dos badalos com a mão esquerda e outro com a direita. Êsse sinos não eram grandes. Mas tinham um som excepcional e eram de fácil domínio tanto de um lado quanto de outro. Êsse tocador já estava no ponto "prá trabalhar", prá repicar. O terceiro sino, era o maior dêles. Mas exigia menos. Era bem melhor e menos cansativo lidar com êle. Amarrada ao badalo, uma corda de sisal não muito grossa, nem muito comprida. O seu tocador, ficava em pé, próximo da escada dos dois sinos repicadores. Nàquêle dia, o amigo de meu pai iria repicar. O homem era muito bom e repicava bonito. Meu pai ficaria com o sino maior. Êle funcionava como um contrabaixo ou um surdo de marcação (compasso). O que se ouvia primeiro, era uma espécie de "ritual" que antecedia o som dos três sinos "trabalhando" juntos e harmoniosamente. Eram batidas lentas, fortes, tremidas e entremeadas pelo som do sino maior que preenchia o espaço "vazio" com sons graves e precisos. Só isso, que espalhava-se prá todos lá fora, sabe Deus até onde, já era lindo de se ouvir. Em seguida a êsse "aquecimento", que ouso dizer, ... já era bonito, artístico, os sinos de Araquari tomavam conta da cidade. E ela mudava. Se revigorava. Ficava feliz. Eu vi, ouvi e nunca esqueci. Por ser criança, não pude avaliar, definir direito, na época, o que sentia. Hoje sei: Era um bem estar divino. Uma divina emoção. Uma coisa muito boa... marcante. Meu pai talvez não tenha percebido que eu o olhava com orgulho. Vi sua alegria e percebi que como eu, ficava feliz, emocionava-se ao acompanhar tocando o sino maior, o repicar magistral executado por seu amigo nos dois sinos menores. Ah... Araquari, não sabes o que perdeste ! Desde teus tempos de Parati, quando êsse era teu nome e mesmo depois que passastes a ser Araquari, teus sinos te embalaram. Quem silenciou teus sinos ? E porque ? Sempre foram, àquêles três sinos, peças de valor histórico. Vivas, ... integravam a tradição religiosa da cidade. Porque teu povo, submisso, quedou-se vencido ante uma decisão infeliz e injustificável ? Desde que, Araquari, calaram teus sinos, nunca mais fostes o que eras. Te entristecestes ! Debilitaram teu entusiasmo, decretaram teu desencanto. Arrefeceram tua fé. Abriram em ti uma ferida doída, difícil de curar. E teus sinos, Araquari,... porque não são mais como eram ? Onde estão ? Existem ainda ? Mandaram prá outro lugar ? Venderam ? Derreteram ? O que fizeram com êles ? Ao relembrar o repicar musical dàquêles três sinos, parece que vejo meu pai ali, junto dàquêle amigo, ... feliz ! Quero guardar essa lembrança. E ao contrário dos sinos que calaram, meu protesto veemente, não calarão. E tenho aqui a certeza: O dobrar inesquecível de teus sinos, sempre foram PARATI... ARAQUARI ! Mais que entristecer uma alegria, machucaram um bem precioso, ... afrontaram um sentimento sem preço ... Imperdoável insensatez !!!

23 de ago. de 2009

AONDE VOCÊ VAI SEM DEUS ? - PAIS E FILHOS

Olá meus amigos ... No rádio, por onde minha vida tem passado todos os dias e já faz tempo, sempre que podia e mediante permissão prévia, ocupava espaços que considerava úteis para inserção de mensagens de influência, estímulo, orientação e reflexão de tantos quantos à essa intenção se apresentassem. No desempenho de minha atividade profissional, por onde passei, fiz isso. A essa altura do campeonato, porém, sem ir "muito ao mar nem muito às rochas", nosso compromisso na emissora ficou bem mais ameno, comedido. As ações são limitadas e as iniciativas não são minhas. Ainda assim, temos feito alguma coisa. Sempre numa boa ! Com respeito e de forma bem natural. Agora o meu "trampo" ficou assim: Vou ao trabalho, começo, executo, encerro, deixo um abraço, volto amanhã. E mais meu camarada. O tempo no ambiente também reduziu. Para quem defendia e atacava, trabalhar no meio campo é semelhante a uma "soneca" depois do almôço. Não sou muito chegado, mas fazer o que ? Bem, vamos voltar agora àquêles espaços que falei no início. Nêles, por iniciativa pessoal e devidamente autorizado, produzia e encaminhava textos de teor ou tema diferenciado para gravação, montagem, e programação. Mesmo não sendo a pessoa mais indicada para falar sobre os efeitos benfazejos dêsses "promocionais vivenciais", por ser eu mesmo o "pai das crianças", não me falta, contudo, disposição para dizer que êles só fizeram bem, só ajudaram os ouvintes e só conceituaram as emissoras onde foram veiculados. Sinto falta dêles ou até de outros, mas de conteúdos iguais ou semelhantes, enfocando A VIDA COMO UM TODO. Da concepção e infância indefesa e desamparada, até a velhice esquecida e prêsa numa amarga solidão. Muita coisa nêsse sentido poderia perfeitamente continuar a ser feita sem nenhum prejuizo para o veículo. Havendo dúvida ou simplesmente para aumentar um pouco mais o faturamento/mês, as inserções de alcance social como comentamos acima, podem sim, desejando, ser patrocinadas e com bons e animadores resultados, não só ao veículo como também ao patrocinador. Embora existindo essa possibilidade, a produção e veiculação que fazíamos não tinham custo algum. Essas, dentre outras tantas coisas nos meios de comunicação social, poderiam estar sendo estudadas, preparadas e executadas, fazendo bem ao povo, gerando preferência, conceito, credibilidade. Observe e leia a seguir, um texto modesto que elaboramos e foi para o ar numa das emissoras da cidade durante certo período (é que sempre tínhamos mais que um texto. Eram diferentes e revesavam-se) ...
"AONDE VOCÊ VAI SEM DEUS" .... Mesmo sem ser fisicamente forte ou fraco, o ser humano pode ser corajoso, determinado, imtempestivo e inconsequente. Ainda que seja valente e impetuoso, o ser humano parece desconhecer que, como tudo na vida, sua força é limitada e sua estrutura perecível. Mas quando cai em sí e consciente reconhece sua pequenêz e dependência, buscando em Deus a luz do entendimento existencial, seus dias passam a testemunhar ações fraternas, solidárias, cordiais e afetivas. Essa mudança vem de Deus e confirma Suas Palavras nos capítulos 2 e 3 de Provérbios. Leia e medite: Afinal, ... AONDE VOCÊ VAI SEM DEUS ?
Pode crer: Um texto assim, nos faz pensar. Pode ler mais um ? OK ......
"PAIS E FILHOS" ................
"... Todos àquêles que são ou que um dia forem pais, deveriam desejar conhecer os valores fundamentais implícitos tanto na paternidade quanto na maternidade. Ser pai e ser mãe, é coisa séria. AMAR é o princípio básico. O respeito à vida ensina que toda criança precisa nascer e crescer no amor e na disciplina. Ações praticadas com equilibrio, temperança e zêlo, são preciosas e capazes dos melhores resultados. A educação e preparação para a vida, começa dentro de casa. Espancar, ferir, machucar, não é educar. Não respeitar a inocência e a fragilidade de uma criança É CRIME. Não permita que passe fome ou sêde. Que não tenha o que vestir ou um lugar para dormir. Não a ofenda com palavrões, não a humilhe, não a deprecie, não a desampare. Não a faça sofrer ... "O justo caminha na integridade. Felizes os filhos que o seguirem" ... Prov. 20:7 =
Nos meios de comunicação social, ... e na política, havendo boa vontade,.. dá prá fazer ...