30 de mai. de 2009

- SVO = SERVIÇO DE VERIFICAÇÃO DE ÓBITO

Olá amigos . . . Diante de alguns fatos que exigem a prestação de serviço do setor conhecido como SVO, fomos buscar informações pertinentes. Ficamos sabendo que,uma vez notificados, os profissionais lotados nêsse organismo de serviço público, devem deslocar-se de seu ponto de origem funcional, até o local onde sua presença é solicitada. Isso ocorre quando alguém com ou sem socorro algum é acometido de um mal súbito, não resiste, morre e precisa ser removido para o IML. O mesmo vale para falecimentos em casa de pessoas enfêrmas ou, como mencionamos antes, vítimas de algum mal repentino e fulminante. Tivemos vários casos assim. Os corpos ficaram horas e horas sob o olhar de incredulidade e indignação de tantos quantos acompanharam êsses momentos tristes, inadmissíveis e lamentáveis. Os pontos de atendimento imediato à população, quando informados sobre os fatos dessa natureza, descartavam o chamado para deslocamento alegando não ser essa a finalidade funcional de cada um. E assim, o corpo continuava lá, ... estendido no mesmo local por várias e angustiantes horas. Às vezes em casa, em outras numa área livre, quintal ou via pública, coberto com lençol ou jornais. Não tínhamos um SVO. E é dêle a responsabilidade de recolher e conduzir o corpo para o exame especializado que determinará e atestará a causa da morte, liberando em seguida para a família que autorizará as providências finais à agência funerária.

Diante da inexistência do serviço segundo os dispositivos legais, a alternativa era solicitar o auxilio de uma das funerárias da cidade que, por sua vez, encaminhava um carro ao local do acontecido. Dali o corpo seguia quase sempre ao Pronto Atendimento ou, quando não, ao IML onde, de nôvo, permanecia aguardando a chegada do médico legista para exames e liberação à familia (e parece que ainda é assim...). Sem dúvida, o SVO fazia muita falta. O povo insistia na instalação dêsse serviço na cidade de Joinville, ... E NADA acontecia. A imprensa, ... televisão, rádio, jornal, mostrava o clamor popular, falava e escrevia a respeito, ... E NADA ! A vereadora Tânia Eberhardt (PMDB), sensibilizada, preparou e defendeu em 2008 na Câmara de Vereadores, a ativação dêsse trabalho público em Joinville. E até por essa razão e para "administrar" a pressão e inquietude popular, o govêrno que saiu chegou a fazer o anúncio da instalação, finalmente, de um SVO. E fez mais: Informou que embora tendo iniciado seus trabalhos num lugar, o SVO seria transferido para outro, onde, é claro, ficaria ainda mais "eficiente". Porém, determinado a fazer do SVO joinvilense um primor funcional, reconsiderou a mudança que já havia acontecido e decidiu trazê-lo de volta ao local onde iniciou. Ao que nos consta, no subsolo do Hospital São José. Isso mesmo ! No subsolo. É onde êle está ! Acessibilidade complicada. Com escada externa em concreto e corrimão de ferro. Nas fotos vemos a descida para chegar ao SVO.

No dia 25 de fevereiro de 2009, a vereadora Zilnete Nunes Sulim, (PP), foi a primeira a voltar sua atenção para o SVO quando decidiu inquirir o executivo sobre todas as condições em que estaria funcionando esse setor ligado ao sistema de saúde do governo municipal... Foram ONZE perguntas formuladas. Dia 17 de abril de 2009 a Secretaria de Saúde via executivo, encaminhou a resposta à cada questionamento. A impressão era de que tudo deveria estar caminhando bem, sem comprometimentos, dificuldades, problemas. Mas era só impressão.

Para um organismo como esse, durante muito tempo esperado e que foi inaugurado não faz sequer UM ano (11/08/08), e que AINDA tem o processo para sua legalização funcional tramitando na Secretaria Municipal da Saúde, é absolutamente absurdo e inaceitável, o que foi constatado e fotografado pela Comissão de Saúde da Câmara de Vereadores, através de seu presidente vereador Juarez Pereira (PPS) e do vereador Joaquim A. dos Santos (quinzinho/PMDB), e cujas fotos estamos mostrando aqui. Observem: Para o trabalho no cadáver, uma faca comum, de cozinha. E mais: Sem equipamento de aspiracão, utilizam para retirada do sangue, uma CONCHA (também comum, de cozinha). A iluminacão não existe. O acesso é quase zero. Profissionais que atuam no local, insalubre, não tem adicional em seus salários. E trabalham em sistema de 24 horas (esta informação precisa ser confirmada).

No ambiente não há mobília para descanso ou para espera em ala independente que nem existe. Passam a noite ali mesmo, junto aos corpos em exame. Tem catres obsoletos e macas vencidas no tempo, superadas e ridículas. O local precisa de uma balança. E tem. Uma minúscula balança doméstica emprestada por alguém, em razão da necessidade e da “pobresa” ambiental. Coisa inacreditável e tétrica é saber que, havendo no ambiente, algum corpo para ser ou sendo examinado e caso cheguem familiares, o atendimento quem faz é o próprio profissional do SVO que interrompe seu trabalho no cadáver e com avental manchado de sangue vai lá fora atender a família que angustiada espera informações. Atendimento frio, insensível, desumano ...

Outra barbaridade ! O SVO , o local onde permanecem os cadáveres, incluindo àqueles encontrados alguns dias após o falecimento, fica imediatamente no andar abaixo da cozinha geral do hospital. Mais uma barbaridade ! Quando a chuva chega intensa, a sala fica alagada e o esgoto retorna trazendo para o ambiente sangue e também gordura humana. Uma situação agressiva, inimaginável, de pasmar e que desafia nossa credulidade. Para um SVO que iniciou não faz UM ANO em nossa cidade estar nessa condição deplorável, é de se perguntar: AFINAL, O QUE É QUE INAUGURARAM NO DIA ONZE DE AGOSTO DE 2008 ? Para que tenhamos, de fato, uma coisa identificada com a modernidade que vivemos, precisamos de um prédio próprio (como o exemplo abaixo) e boas condições para esse trabalho.

Precisamos de equipe completa e reconhecida profissional e salarialmente. Precisamos de viatura, telefones, internet, macas DECENTES, sala de espera para familiares, local de descanso para os profissionais do setor e banheiro exclusivo, sabões, sabonetes, toalhas, ROUPAS ADEQUADAS, luvas, instrumental completo para o serviço e demais produtos indispensáveis às necessidades funcionais, desinfetantes, desodorizantes e todo o material necessário e imprescindível para o mais perfeito serviço de limpeza e higienização. Precisamos isso tudo e mais, quem sabe, ... para que, de fato, tenhamos finalmente toda estruturação necessária para um Serviço de Verificação de Óbito (SVO) à altura de nossa cidade e com o qual não tenhamos que nos indignar e nem tenhamos, finalmente, do que nos envergonhar. Mas assim como está, não pode continuar !
E.T. A primeira (simulação) e as duas últimas fotos, são ilustrativas. As demais, imprensa, vereadora Zilnete Nunes, dependências do SVO e vereadores Joaquim A. dos Santos (cam. azul) Juarez Pereira (cam. clara).

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